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No Canto o Rosto da Morte

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luiscds's avatar
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NO CANTO

Ele estava sozinho e de pé,
no quarto escuro na madrugada,
não havia ninguém na balaustrada,
era como a lua, dona da maré.

Estava sozinho de pé e cantando,
de pé no canto ele estava,
e nunca ninguém passava,
cantava sozinho seu triste pranto.

Ele estava quietinho falando baixinho,
de certa tristeza estava munido,
dizendo que estava sentindo sozinho,
pois no canto ele não tinha vizinho.

Quando cantava sua voz ecoava,
ressoando nas paredes da casa,
fez alarmar um distante andarilho,
talvez também estivesse falindo.

No canto escuro parou de cantar,
pois na parede viu um rosto formar,
não quis andar e ficou no lugar,
pois viu que o rosto não queria assustar,

Conteve o medo e todo receio,
olhou no olho do rosto; que devaneio!
O rosto fez cara que o ia abandonar,
fez ele então isso em seu lugar.

Ele andou no corredor devagar e de ré,
não queria ser surpreendido na estrada,
andou assim até a pequena balaustrada,
chegando envergonhou-se pela falta de fé,

Como pôde triste ser abandonado,
clamar por uma pequena visita,
e depois da mesma adiquirida,
fugir com medo de suposto espanto?






O ROSTO

Um rosto se fez no canto.
Que espanto!
Parado ele olhava os andantes.
Uma visão redundante.

"Vai embora rosto!
me livra de tu, encosto.
sai da minha parede,
aparece em outra mente"

O rosto morto, triste se desfez,
e a parede feliz se refez de vez,
mas logo ele apareceu de novo,
agora nasceu de um outro ovo.

Na curva da escada, um rosto.
Mais um perigo nesse projetado escolho.
Angustiada criatura das trevas,
assusta os andantes dessa vez sem tréguas.

"Corre, imundo, salva sua vida!
pois ela acaba na curva da escada
vem e suba, tolo, não tem volta
nem terá como sentir revolta".

Eles caem e batem as cabeças na quina afiada.
Ninguém o empedirá nessa sangrenta empreeitada.
eis que sobe criatura calmamente estranha,
será predestinado a fazer uma façanha?

Abre o olho, e olha no olho do rosto,
sente receio e depois desgosto,
viu no outro sentimento oposto,
envergonhou-se da barbárie feita com gosto.

O rosto sofrendo mortal arrependimento,
se desfez em lágrimas de constrangimento,
escorre pelas paredes apagando os castiçais,
lavando os degraus de incontáveis funerais.





DÁ MORTE


Na curva da escada se encontra parado,
nem sinal de alguma alma ou de recado,
fica então perdido e desolado,
pois sente que cometeu um pecado.

Fez triste alguém que queria companhia,
ele mesmo também queria essa alegria,
mas foi tomado por bestial covardia,
sabe que não mais haverá bom dia.

Arrancou a felicidade do coração alheio,
semente da morte que cresce dentro do peito,
não conteve árvore de tristeza dentro de si,
abriu a jenela de deixou com seus galhos ferir.

"Ó ser de amizades impossíveis
perdoa esse ser inverossímel
pois saiba que não terei alívio
dá morte a quem lhe pede suplício.

Dá morte, para pagar as dores que causei.
Dá morte, para arrancar as más plantas que brotei.
Dá morte, para os outros não fazer sofrer.
Dá morte, pois essa cena não quero rever".

Então vozes e cavalos são ouvidos nos andares abaixo,
sobem galopes pesados e como o som de um baixo,
chegam nos pés da escada e cessa a cavalgada,
negro cavaleiro anuncia então sua chegada.

Dotado da falta de expressão e com violino na mão,
retira do cavalo sua crina e faz arco que lembra arpão,
Em sua direção toca sinfonia carregada de emoção,
no alge da composição atinge em cheio seu coração.

Da boca sangrando não mais sairá canção
não no canto sozinho nem dentro do caixão,
pede ao rosto o seu verdadeiro perdão,
mas morre ainda com dor no coração.
Really sorry for those who don't understand Portuguese...

I wrote this for my friend <a href="[link]>Tiago
© 2004 - 2024 luiscds
Comments8
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Paula-Rosa's avatar
My friend, your poetry is great. Such talent!
Nunca pares Luís!
Um forte abraço!